Rutaceae

Zanthoxylum retusum (Albuq.) P.G.Waterman

EN

EOO:

114.080,85 Km2

AOO:

56,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção), com registros de ocorrência nos estados da BAHIA, municípios de Almadina (Fiaschi 2188), Ilhéus (Pinheiro s.n.), Itabuna (Silva 58294), Ituberá (Lorenzi 2188), Uruçuca (Thomas 6942) e RIO DE JANEIRO, município de Rio de Janeiro (Pessoal do Horto 1851), Silva Jardim (Luchiari 660), Valença (Spolidoro 84).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Marta Moraes
Critério: B2ab(iii)
Categoria: EN
Justificativa:

Árvore com até 20 m , endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção). Conhecida popularmente como laranja, laranja-brava e tinguaciba, foi documentada de forma disjunta em Floresta Ombrófila associada a Mata Atlântica presente em oito municípios presentes nos estados da Bahia e Rio de Janeiro. Apesar do elevado valor de EOO (96734 km²), a espécie ocorre exclusivamente em fitofisionomia florestal severamente fragmentada, possuí especifidade de habitat, AOO=56 km² e sujeita a cinco situações de ameaça, considerando-se os distintos graus de perturbação ao qual as localidades de coleta se encontram. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original da Mata Atlântica, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia e do Rio de Janeiro estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como crescimento urbano, o corte madeireiro e implementação de atividades agropecuárias (Paciência e Prado, 2005; SOS Mata Atlântica/INPE, 2019). Bahia resguarda atualmente 13,1% da Mata Atlântica original, e Rio de Janeiro, cerca de 18% (SOS Mata Atlântica e INPE, 2019). Entre 30% e 62% da áreas total dos municípios em que a espécie foi documentada já foram convertidos em pastagens (Lapig, 2018). Assim, infere-se declínio contínuo em qualidade e extensão do habitat. Diante desse cenário, portanto, a espécie foi considerada Em Perigo (EN) de extinção. Recomenda-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro. É crescente a demanda para que se concretize o estabelecimento do Plano de Ação Nacional (PAN) para sua região de ocorrência.

Último avistamento: 2018
Quantidade de locations: 5
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Sim

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Conhecida popularmente como laranja, laranja-brava e tinguaciba (Flora do Brasil 2020 em construção).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Detalhes: Árvores com até 20 m (Pinheiro 1851), que habita a Mata Atlântica na Floresta Ombrófila (Flora do Brasil 2020 em construção).
Referências:
  1. Rutaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB1161>. Acesso em: 30 Out. 2019

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores em julho; com frutos em novembro (Flora do Brasil 2020 em construção).
Referências:
  1. Rutaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB1161>. Acesso em: 30 Out. 2019

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting past,present,future regional high
O município de Uruçuca com 39198 ha possui 7453 ha que representam 19% da Mata Atlântica original do município (SOS Mata Atlântica/INPE - Aqui tem Mata, 2019)
Referências:
  1. SOS Mata Atlântica e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, 2019. Aqui tem Mata? https://aquitemmata.org.br/#/, (acesso em 29 de maio 2019).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3 Livestock farming & ranching past,present,future regional high
O município de Almadina com 24523 ha tem 37% de seu território (9155 ha) convertidos em pastagens (Lapig, 2018). O município de Valença (RJ) com 130481 ha tem 62% de seu território (81009 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018). O município de Silva Jardim com 93754 ha tem 30% de seu território (27346 ha) convertidos em pastagem (Lapig, 2018).
Referências:
  1. Lapig, 2018. http://maps.Lapig.iesa.ufg.br/Lapig.html (acesso em 31 de outubro 2018).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1 Annual & perennial non-timber crops habitat past,present,future regional high
Nos municípios de Ilhéus e Itacaré, figuram entre as principais atividades causadoras da perda de habitat as lavouras de cacau, banana, seringuais, coco-da-bahia e a pecuária. Também é comum o extrativismo da piaçava (IBGE Cidades@, 2012). Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004).
Referências:
  1. IBGE CIDADES@. Ilhéus e Itacaré. Disponivel em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso em: 28 set 2012.
  2. Rolim, S.G., Chiarello, A.G., 2004. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodivers. Conserv. 13, 2679–2694.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
A área relativamente grande ocupada por categorias de uso do solo como pastagem, agricultura e solo descoberto, e a pequena área relativa ocupada por floresta em estágio avançado de regeneração revelam o alto grau de fragmentação da Mata Atlântica no Sul-Sudeste da Bahia (Landau, 2003; Saatchi et al., 2001). Grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia e Prado, 2005)
Referências:
  1. Landau, E.C., 2003. Padrões de ocupação espacial da paisagem na Mata Atlântica do sudeste da Bahia, Brasil, in: Prado, P.I., Landau, E.C., Moura, R.T., Pinto, L.P.S., Fonseca, G.A.B., Alger, K. (Orgs.), Corredor de biodiversidade da Mata Atlântica do sul da Bahia. IESB/CI/CABS/UFMG/UNICAMP, Ilhéus, p. 1–15.
  2. Paciencia, M.L.B., Prado, J., 2005. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity in a tropical rain forest in Brazil. Plant Ecol. 180, 87–104.
  3. Saatchi, S., Agosti, D., Alger, K., Delabie, J., Musinsky, J., 2001. Examining fragmentation and loss of primary forest in the Southern Bahian Atlantic Forest of Brazil with radar imagery. Conserv. Biol. 15, 867–875.

Ações de conservação (2):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi coletada no PE da Serra da Concórdia - Valença - RJ (Baez 1405)
Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie ocorre em um território que será contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção : Território Rio de Janeiro - TER32

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.